terça-feira, 17 de abril de 2012

Velhos perversos

Estava eu, há agora algumas semanas, no elevador da baixa chiado, todo partido do ginásio, a tentar me encostar me de uma maneira que não me fizesse doer ainda mais os músculos. Quando reparei no velho que estava no elevador comigo... um velho com ar devasso que resmungava para ele mesmo sermões de outros tempos enquanto lambia os lábios olhando para mim e os outros rapazes que ali passavam... o que me fez chegar um gosto a bílis na boca...

Olhando bem para ele, aquele ar fechado e ao mesmo tempo aqueles "tiques" de quem tentou esconder a sua verdadeira identidade durante demasiado tempo, parecia mais um caso de homem fechado no armário mas com tanta tensão sexual que não podem ver nada nem ninguém sem ficarem como os cães quando se agarram à perna de um infeliz.

Fiquei a pensar o que terá sido viver numa época em que os homossexuais eram muitas vezes espancados ou casavam para evitar o repudio da família.
A frustração deve ser tão grande de ver os jovens de agora com mais liberdade para expressarem a sua própria sexualidade que não admira muito que essa inveja e a sua próprio auto-censura se traduza em comportamento homofóbico. Não admira, mas é triste, e não é desculpa...

Os tempos são outros, as pessoas têm de evoluir, mesmo as pessoas com uma mente mais pequena e retorcida vão ter de se habituar às mudanças, pois já não estamos num pais fechado ao exterior, entregue ao conservadorismo e a doutrinas castrativas.

Numa época como esta, com os problemas financeiros e a mudança de paradigma que está em cima de nós... será que temos ainda que sofrer com a estupidez alheia.
O nosso país vai mudando aos pouco, evoluindo... mas cada vez que dou um beijo ao meu namorado na rua, ou até só de andarmos de mão dada, temos direito a bocas abertas e olhares de choque.
E claro que não nos privamos mesmo assim, o problema está nos outros e não em nós.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Re?!começo

Estava na duvida de que iria reabrir alguma vez esta janelinha de nova mensagem de um blog, e cá estou eu a escrever mais uma vez.
Aconteceram muitas coisas, onde começar, começar pela parte em que me perdi devido à dor... em que me tornei noutra pessoa que saia todos os fins de semana depois duma semana vazia de sentido para uma noite ainda mais vazia. Onde dei valor a pessoas que não o mereciam e pouco valor a quem o merecia numa atitude provavelment autodestruidora.
E quando estava já no ponto mais baixo em que tinha já desistido de sair mais para a noite, aliás no mesmo dia... aconteceu... conheci-o....
Numa festa fora do meio em que só trocamos alguma conversa, o acaso levou a que nos conhecemos, ao vivo e a cores, sem ser pelo meio de computadores e redes sociais. Acho que já deve ser raro encontros destes...
Um convite para ir tomar café, alguns encontros para falar de interesses comuns e um crescente sentimento de pertence talvez seja assim que as coisas devam acontecer, apaixonei-me... apaixonamos-nos.

Claro que é tudo muito recente, dois meses... dois meses não são nada, mas estes dois meses têm me devolvido o sorriso, e mais importante, devolveram-me a mim mesmo, pois já fazia anos que eu já não me encontrava, e no fim de contas gostei do que vi, gostei de me reencontrar, e gostei de me ver através dos olhos dele.